Minha primeira vez...

Não, não vim aqui hoje pra falar de sexo, antes que os leitores pensem que estou transformando meu blog em "proibido para menores de 18 anos"...

Vim falar como foi a minha primeira vez em uma situação que ninguém deseja passar: acidente de carro. Pois é... Infelizmente aconteceu comigo ontem, e o pior: as crianças estavam junto. Graaaças a Deus não foi nada grave, ninguém se feriu, ao menos não gravemente: o Henry bateu o nariz e o dedo da mão no banco da frente e mordeu a língua, mas não foi nada demais perto do susto que tomamos.
O acidente foi ridículo, quem viu onde foi deve ter imaginado que naquele carro estava uma péssima motorista... Mas juro que não sou! rsrs Dirijo há 8 meses apenas, mas vou em todo canto, inclusive no caótico centro de Campinas. E o acidente foi justo numa das avenidas principais da cidade, numa esquina, sem nenhum carro perto, apenas um poste que entrou na minha frente.... rsrsrs Antes que pensem como os indivíduos que citei logo acima (que sou uma péssima motorista), vou explicar como aconteceu.

Estava eu descendo uma rua de razoável movimento no centro da cidade, com as duas crianças no banco de trás, em suas cadeirinhas e devidamente 'amarradas', a pequena bravinha que tenho em casa estava chorando, pois o pai tinha acabado de descer do carro pra ir pro trabalho, e a mãe-polvo tentando distraí-la com uma revista enquanto parava no semáforo. A pequena revoltada jogou a revista no chão do carro, eu calmamente peguei, entreguei a ela mostrando as fotos de uma escolinha, pra q ela se distraísse e parasse de chorar (quem a conhece sabe, qdo fica nervosa, chora até vomitar, e isso me deixa extremamente irritada, ainda mais dentro do carro - ela já vomitou dentro do carro em outra ocasião e só Deus sabe a nojeira que fica uma cadeirinha toda melecada e com cheiro de banana vomitada - arght!). Eis que o sinal abre, a mãetorista aqui dá seta pra esquerda, tenta seguir seu caminho e faz a curva (que nem é em L, é quase um V de tão acentuada), ao mesmo tempo em que olha pelo retrovisor direito para ver se nenhum carro está fazendo a curva junto comigo (e assim poder fazer uma curva mais aberta), de repente um papel de propaganda que estava no painel sai voando janela à fora, o que me distraiu por alguns milésimos de segundo, e se não bastasse isso, no meio da curva ainda fui olhar por que a pequena continuava chorando (aqueles reflexos de mãe, que não pode ouvir um choro que já quer logo dar um jeito de calar acalmar a coitada da criança rs), a hora que voltei a olhar pra frente, 'ops, onde estou, socorroquequeéissonaminhafrente', pá! Assim que vi o poste na minha frente e ouvi a batida, olhei pra trás e ainda vi as crianças voltando pra trás no "chicoteamento", e logo em seguida os choros desesperados deles! Aiiii que situação horrívelllllll, que não desejo pra ninguém!!! Mas pelo menos o choro deles era sinal de que estavam vivos, e eu tb, num é?!

Algumas pessoas se aproximaram, uns rapazes que estavam por perto na hora perguntavam se estava tudo bem, se ng se machucou, um deles me falou que teria que colocar o triângulo, "ahn, triângulo, que triângulo, onde estou???" Ele pegou pra mim no porta-malas, enqto isso tentei achar meu celular na bolsa pra ligar pro marido, de tão nervosa não achei, perguntei se alguém poderia me emprestar algum, um outro rapaz prontamente me deu o dele, liguei pro marido e falei pra descer a rua rapidinho que eu tinha batido o carro. Em 2 segundos ele chegou, viu que estávamos bem, ligou pro seguro, e pra uma amiga que trabalha com ele pra que ela nos trouxesse pra casa enqto ele ficaria ali pra resolver o que tinha que resolver... Foi tudo tão rápido, eu ainda estava meio perdida, as crianças chorando, Manoella assustadíssima (aliás assim ficou por pelo menos uma hora, chorando de soluçar, tadinha!), Henry logo se acalmou, eu só me acalmei algumas horas depois, ainda estava passada com o que tinha acontecido, imaginando o que teria acontecido se tivesse alguém na calçada, se as crianças estivessem sem cinto, e mil coisas que passam pela nossa cabeça nessas horas...

Hoje, já mais calma, posso concluir o que aconteceu, lembrar que tudo aconteceu por um descuido, uma desatenção, que poderia ter sido evitado se eu prestasse mais atenção no carro do que nas crianças, se eu simplesmente tapasse meus ouvidos e deixasse a pequena chorando por uns minutos até chegar em casa e poder acalmá-la. Mas a gente tem sempre a infeliz mania de achar q "comigo nunca vai acontecer", eu ainda tenho a péssima mania de achar que tenho que dar conta de tudo e todos ao mesmo tempo, de que nada pode sair do meu alcance, as crianças não podem chorar enqto eu dirijo...

O bom é que de tudo a gente tira alguma lição, não é?! Dessa situação eu tirei várias: jamais andar com as crianças no carro sem cinto de segurança, prestar atenção no trânsito e na rua enqto estou dirigindo, deixando chorar quem quiser chorar, pq "agora eu não possooooo", não achar que tudo tem que estar sob meu controle o tempo todo - nem mesmo as crianças, e a mais importante: dinheiro pra consertar o carro a gente arruma, mas a vida de um filho (no meu caso 2) NÃO TEM PREÇO! Muita gente não tem a mesma 'sorte' que eu tive, e perde um filho ou a própria vida num acidente banal como este. E é por isso que agradeço a Deus hoje, pela vida dos meus filhos!